Vista da exposição.
Portuguese Version
Há uma música, eternizada na voz de Dalva de Oliveira, em que, de uma clemência, se criam os
versos:
“Bandeira branca, amor / Não posso mais.
Pela saudade que me invade, / eu
peço paz.”
Dessa expressão de saudade
e desespero, mas tambémde uma esperança representada por este objeto, o desejose fez em um
sopro. Da tristeza, nasceu uma canção alegre. Do desencanto, a doce memória dos dias de
carnaval.E assim, seguimos a clamar: bandeira
branca, amor.
A convite do projeto multidisciplinar Aos Cuidados,, doze artistas se
reuniram em torno de uma proposta: trabalhar sobre uma mesma ideia – ou melhor, um objeto e
a ideia que tinham sobre ele. Uma bandeira
em branco. Um convite à liberdade individual para reimaginar o que esse objeto tão simbólico
pode manifestar no presente.
Flutuando entre práticas artísticas bastante díspares –
da joalheria à ilustração, da pintura
ao bordado –,e em gestos que são ora fantasiosos, ora políticos, ora político-fantasiosos,
Amanda Baeza, Amandi Kaibo, Anna Schachinger, Caio Mahin, Francisca Valador, Heron P.
Nogueira, Inês Brites, João Parente, Juliana Matsumura,
Renato Chorão, Sofia Montanha e Tiago Baptista acolheram generosamente essa ideia que, agora
madura, vem a público na formada exposição coletiva “bandeira branca”.
Dentro desse
espaço de liberdade e experimentação,
os artistas criaram pequenas janelas, ou buracos de fechadura, por onde podemos vislumbrar
parte de seus próprios universos. Em atos artísticos que são, antes de mais, atos de
generosidade, temos a sorte de poder participar
dos sonhos inscritos sobre as suas bandeiras.
Alegremente acolhida pela Irmã Feia e
inaugurada a propósito do lançamento do segundo númeroda publicação impressa Aos Cuidados,,
“bandeira branca” é, antes de tudo, um convite
à participação nestes sonhos que, aqui reunidos, se tornam de todes nós.
Aos
artistas, ao David Rato, ao Tiago Duarte, aos amigues, companheires e todes aqueles que nos
têm apoiado ao longo do tempo, dedicamos o nosso
mais sincero agradecimento.
Aos Cuidados,
Exhibition view.
English Version
There is a song, immortalized in the voice of Dalva de Oliveira, in which, from clemency,
these verses are born:
"White flag, my love / I can't go on.
For the longing that
overwhelms me, / I ask for peace."
From
this expression of yearning and despair, but also of a hope represented by this object,
desire arose in a breeze. From sorrow, a joyful song was born. From disillusionment, the
sweet memory of the carnival days. And so, we
continue to cry out: white flag, my love.
At the invitation of the multidisciplinary
project Aos Cuidados,, twelve artists gathered around a proposal: to work on a common idea –
or rather, an object and the concept they
held about it. A blank flag. An invitation to individual freedom to reimagine what this
highly symbolic object can represent in the present.
Navigating between vastly
diverse artistic practices - from jewelry to illustration,
from painting to embroidery - and in gestures that are at times whimsical, at times
political, and at times politically whimsical, Amanda Baeza, Amandi Kaibo, Anna Schachinger,
Caio Mahin, Francisca Valador, Heron P. Nogueira,
Inês Brites, João Parente, Juliana Matsumura, Renato Chorão, Sofia Montanha, and Tiago
Baptista generously embraced this idea, which, now mature, comes to the public in the form
of the collective exhibition “white flag”.
Within
this realm of freedom and experimentation, the artists created small gaps, like keyholes,
through which we can catch a glimpse of their own universes. In artistic acts that are,
above all, acts of generosity, we are fortunate
to be able to partake in the dreams inscribed on their flags.
Warmly hosted by Irmã
Feia and inaugurated on the occasion of the release of the second issue of the printed
publication Aos Cuidados,, “white flag” is, above
all, an invitation to participate in these dreams which, when gathered here, become the
dreams of all of us.
To the artists, to David Rato, to Tiago Duarte, to friends,
comrades, and all those who have supported us
over time, we dedicate our most heartfelt gratitude.
Aos Cuidados,
Exhibition view.